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Foto do escritorJosé Erinaldo Ferreira de Lima

Lc 14,12-14. Segunda-feira da 31ª Semana do TC, 04 de novembro de 2024. S. Carlos Borromeu, bispo.

Evangelho


Naquele tempo, 12 dizia Jesus ao chefe dos fariseus que o tinha convidado: "Quando tu deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa. 13 Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. 14 Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos".

— Palavra da Salvação.


Reflexão


1. O banquete não é para a conquista de interesses pessoais. Certamente, os fariseus queriam observar Jesus e serem bem-vistos na sociedade. De banquete em banquete, assim vão vivendo o jogo do interesse por si mesmos. Certamente, eles faziam o que a tradição recomendava, seguiram os ditames sociais antigos, procuravam não errar na forma do banquete. Por outro lado, escondiam as verdadeiras necessidades, facilitavam a esperteza de quem queria ser honrado à vista de todos e, no final, tudo terminava num tremendo jogo de interesse. Em outras palavras, mesmo sendo do “povo de Deus”, agiam com as mesmas tramas mundanas.

 

2. Jesus deseja que seus discípulos tudo façam desinteressadamente. Um exemplo bem claro para isso é do banquete aos pobres, como sinal de nenhuma recompensa material. Além disso, servir os mais necessitados é sinal de transformação interior. Por outro lado, há também aqueles que usam os pobres com outros objetivos. Aqui também existe um grande risco: o de oferecer à sociedade a impressão de ser caridoso, empenhado com os menos desfavorecidos. Muitos são, por causa disso, assistencialistas, preocupados em fazer, talvez, a famosa política do "pão e circo". O que Jesus quer, de verdade, é que a vida dos seus discípulos seja doada, entregue para o bem desses marginalizados e de todos os necessitados de salvação. Como já disse outras vezes aqui, é necessário cada discípulo ser um dom para o outro. O relacionamento com os mais pobres não se conclui com o dar alimentos ou roupas, mas também com a verdadeira atenção a eles em todos os meios: nas pastorais, na Igreja, nos encontros, diante de outras pessoas, principalmente se forem da sociedade rica. O pobre deve ser valorizado, amado, tratado como o que de fato é, um ser humano e preferencial para Deus. Em outras palavras, o discípulo dever ser, por amor, dedicado à causa dos mais necessitados em todos os sentidos.

 

3. O ideal é que o discípulo seja pobre de coração, isto é, vazio do mundo e cheio de Deus; que sua riqueza seja somente viver segundo Jesus Cristo; que seu apego seja o de ser desapegado; que seu interesse seja o de viver o interesse salvífico de Deus. Ele não foi convidado a amar o pobre por ser pobre, mas amar desinteressadamente, amar sem esperar recompensa alguma. Dessa forma, o discípulo expressa o amor de Deus. Somente quem ama assim pode ser elevado, tido como diferente de um mundo que vive as mesmas amarras da lógica do poder do passado. Ele é convidado a superar Israel, que mesmo tendo sido o povo de Deus, não conseguiu se desvencilhar da forma de pensar do mundo, pior ainda, colocou-a dentro do Templo.

 

Um forte e carinhoso abraço.

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