Evangelho
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrir, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater. Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade eu vos digo: Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá. E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão, se assim os encontrar! Mas ficai certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa. Vós também, ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes".
— Palavra da Salvação.
Reflexão
1. O discípulo deve estar sempre preparado, disponível, vigilante e ser responsável e fiel. A qualquer momento o Senhor pode convidar aquele discípulo para uma missão. O importante é que o discípulo esteja sempre de malas prontas, desapegado de tudo e de todos. Nunca esquecer que sua riqueza é o próprio Cristo. A partir de Cristo, deve amar a todos, mas sem retê-los para si e, depois, seguir em frente, pois sua mente mira o horizonte futuro de Deus. Sua alegria não se encontra neste mundo, mas naquele que morreu e ressuscitou por nós.
2. Quando o texto diz que o discípulo deve estar com os rins cingidos, lembra, antes de tudo, os hebreus prestes a sair do Egito (Ex 12,11), isto é, sair da escravidão do mundo e abraçar a libertação trazida pelo novo Moisés, Jesus Cristo. O discípulo não desanima quando tudo parece indicar uma distância de Deus, quando o Senhor não chega na hora pensada pelo servo. As vezes se torna cansativa tal demora, mas o discípulo é persistente, confiante, perseverante, por isso vigia o tempo todo, pois ele sabe que o Senhor vem na hora em que ele menos espera. Então por mais longa que seja a espera, mais ainda se deve vigiar.
3. Aquele que perseverar será bem-aventurado, receberá o prêmio da glória, não a glória dos homens, passageira, cheia de vaidades, mas a elevação daquele que soube colocar sua fé na Verdade, no Amor e na Vida, ou seja, em Deus mesmo. Jesus faz entender que tal discípulo será tratado como um senhor e não como escravo, pois o Senhor mesmo cingir-se-á e servirá aquele servo (discípulo). De fato, Jesus fez tudo por nós: encarnou-se, assumiu nossas mazelas, morreu e ressuscitou, a fim de que nós fôssemos salvos. Toda sua vida, voltada para o Pai, tornou-se toda para nós.
4. Hoje, mais do que nunca, devemos ser vigilantes. Há muitos que querem nos separar de Deus, destruir nossa dedicação ao Seu serviço, iludir nossas mentes, afastar-nos da possibilidade de sermos somente de Deus. Além disso, existem as lutas internas, os desafios com a própria existência. Ainda mais, Satanás existe e tenta, a todo custo, desviar um servo do Senhor de sua missão. Vigiar e orar sempre, com os olhos fixos no Senhor, é o que devemos fazer agora e para sempre. Devemos ficar atentos a tudo e a nós mesmos, pois somos também um tesouro conquistado por Cristo, somos filhos de Deus. Não podemos perder de vista o nosso futuro em Deus. Fomos criados para Ele. A comunhão com Deus é o objetivo supremo de nossa existência. Por isso o devido cuidado contra o materialismo, a idolatria de tudo e, principalmente, de nós mesmos. Não podemos conquistar o céu, apegados a terra; não viveremos em Cristo, presos às ideologias forjadas por mentes ateias e encarceradas em si mesmas. Três coisas possibilitam-nos caminhar com segurança pela Estrada da salvação: o conhecimento de Deus, o ódio a todo e qualquer tipo de pecado e a prática apaixonada do bem, a partir de uma vida do jeito de Jesus Cristo: como servos, livres e dedicados à salvação.
Um forte e carinhoso abraço.
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