Uma proposta de união do bispo João de Antioquia entre Cirilo de Alexandria e os bispos de Igreja de Antioquia, primavera de 433. (Denzinger - Hunermann, 271).
“De que modo pensamos e nos pronunciamos a respeito da Virgem deípera e do modo da en-humanação do Filho de Deus, por ser necessário não a modo de acréscimo, mas no sentido de plena certeza, o explicaremos brevemente, assim como desde o início o recebemos das divinas Escrituras e da tradição dos santos Padres, não acrescentando absolutamente nada à fé exposta pelos padres em Nicéia. Pois esta, como já o dissemos, é suficiente para o pleno conhecimento da piedade e para rechaçar toda heresia. Queremos falar, porém, não com presunção em relação ao que é inacessível, mas para, reconhecendo nossa própria fraqueza, pôr um limite aos que ‘nos’ querem atacar quando consideramos aquilo que ultrapassa o homem.
Confessamos, portanto, nosso Senhor Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, perfeito Deus e perfeito homem, ‘composto’ de alma racional e de corpo, antes dos séculos gerado do Pai segundo a divindade, no fim dos tempos ‘nascido’, por causa de nós e de nossa salvação, da virgem Maria, segundo a humanidade, consubstancial ao Pai segundo a divindade e consubstancial a nós segundo a humanidade. Aconteceu, de fato, a união das duas naturezas, e por isto nós confessamos um só Cristo, um só Filho, um só Senhor. Segundo este conceito de união inconfusa, confessamos a santa Virgem deípera, porquanto Deus, o Verbo, foi encarnado e en-humanado e, desde a conceição mesma, uniu a si o templo que dela recebeu.
Quanto às expressões evangélicas e apostólicas que dizem respeito ao Senhor, sabemos que os teólogos aplicam algumas indiferentemente como ‘referidas’ a uma única pessoa, enquanto distinguem outras como ‘referidas’ a duas naturezas, atribuindo as dignas de Deus à divindade de Cristo, as mais humildes à sua humanidade”.
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