Segunda-feira, 23 de março de 2020.
27º dia do nosso retiro quaresmal.
Jo 4,43-54
1. Jesus declara que um profeta não é bem visto em sua própria casa, mas o versículo 45 indica outra coisa, como que uma contradição, mostrando que os galileus O receberam bem. A contradição dos versículos não diz respeito a um erro do autor, mas algo intencional. A alegria dos galileus não está vinculada à pessoa mesma de Jesus, mas tão somente aos sinais que Ele realizou em Jerusalém. O povo galileu também quer ver sinais na Galileia. O próprio Jesus dirá: “Se não virdes sinais e prodígios, não acreditais” (48). Trata-se de uma fé não na pessoa de Jesus, mas naquilo que Ele pode fazer; uma fé que nasce do espetáculo, do extraordinário, do fascínio da visibilidade.
2. O contrário é o que Jesus exige. Para Jesus, a fé deve ser uma adesão total à sua Pessoa e à sua obra, um colocar-se absolutamente a serviço do amor, da verdade e da vida, um esvaziar-se de si mesmo, abraçando a cruz cada dia e fazendo-se discípulo da Verdade. Muito mais que sinais, Jesus espera que tanto galileus quanto qualquer um, no mundo inteiro, creia na Sua Palavra. O funcionário do rei, sendo pagão, foi capaz de enxergar a Palavra da Salvação, acreditou verdadeiramente, aderindo a Jesus com toda sua família.
3. Esse funcionário não abraçou a fé judaica. Então, que outra fé ele abraçou? O que se quer dizer com abraçou a fé? Certamente, seguir a Pessoa de Jesus Cristo e Seus ensinamentos, vivendo como Ele viveu, é a mais importante expressão de fé de todos os tempos. Os apóstolos não tinham dúvidas disso depois da ressurreição do Mestre. Acolher a fé da Igreja de Jesus Cristo é acolher uma PESSOA no seu coração, o Salvador, Senhor e Rei, o Verbo feito carne, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai. Acolher a fé apostólica é crer que Deus é Pai, Filho e Espírito Santo; é crer no amor como oblatividade, dom de si mesmo para o bem do outro; é crer que Jesus é o CAMINHO, a VERDADE e a VIDA.
Um forte e carinhoso abraço.
Padre José Erinaldo